sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DEZEMBRO 2012

DEZEMBRO 2012
____________________________________________________________________
01 - ESPIRITUALIDADE J3
     - VISITA PASTORAL INHANGAPÍ
     - CONGRESSO RCC
     - PASTORAL LITÚRGICA
     - PASTORAL DO ENFERMO
     - FORMAÇÃO CÁRITAS
     - ENC. VOCACIONAL DESPERTAR
____________________________________________________________________
02 - ESPIRITUALIDADE J3
     - VISITA PASTORAL INHANGAPÍ
     - CONGRESSO RCC
     - PASTORAL LITÚRGICA
     - PASTORAL DO ENFERMO
     - FORMAÇÃO CÁRITAS
     - ENC. VOCACIONAL DESPERTAR
____________________________________________________________________
03 - VISITA PASTORAL INHANGAPÍ
____________________________________________________________________
05 - ENCONTRO COM VOLUNTÁRIOS DA PASTORAL DA CRIANÇA
____________________________________________________________________
08 - CÍRIO DE Nssa. Sera DO PERPÉTUO SOCORRO - CAPANEMA
     - CÍRIO DE SANTARÉM NOVO
____________________________________________________________________
09 - CÍRIO DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO - COLARES
____________________________________________________________________
10 - CLERO JOVEM
____________________________________________________________________
11 - CONSELHO DIOCESANO DE ADMINISTRAÇÃO
____________________________________________________________________
12 - CONSELHO PRESBITERAL
____________________________________________________________________
14 - RETIRO DOS DIÁCONOS
____________________________________________________________________
15 - RETIRO DOS DIÁCONOS
     - PASTORAL DA CRIANÇA
____________________________________________________________________

16 - RETIRO DOS DIÁCONOS
     - PASTORAL DA CRIANÇA
____________________________________________________________________
18 À 23 - SEMANA VOCACIONAL
____________________________________________________________________
20 - RETIRO DOS PADRES
____________________________________________________________________
25 - NATAL DO SENHOR
____________________________________________________________________
29 - 8º ANIVERSÁRIO DE CRIAÇÃO DA DIOCESE DE CASTANHAL
____________________________________________________________________
30 - FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA

terça-feira, 6 de novembro de 2012

NOVEMBRO

2 - FINADOS
     PASTORAL DA CRIANÇA
     COORD. PAROQUIAIS DE CATEQUESE
_________________________________________
3 - VISITA PASTORAL EM CURUÇÁ
     PASTORAL DA CRIANÇA
     COORD. PAROQUIAIS DE CATEQUESE
_________________________________________
4 - VISITA PASTORAL EM CURUÇÁ
     PASTORAL DA CRIANÇA
     COORD. PAROQUIAIS DE CATEQUESE
_________________________________________
5 - CLERO JOVEM
_________________________________________
6 - CONSELHO DIOCESANO DE ADMINISTRAÇÃO
_________________________________________
10 - VISITA PASTORAL EM CURUÇÁ
        ESPIRITUALIDADE J1 - ADIADO PARA DIA 17
        CONSELHO PASTORAL DIOCESANO
        ENC. VOCACIONAL DESPERTAR
_________________________________________
11 - FORMAÇÃO MESA DA CARIDADE NA CATEDRAL
       ESPIRITUALIDADE J1 - ADIADO PARA DIA 17
       CIRIO NS DE NAZARÉ MAGALHÃES BARATA
_________________________________________
13 - ENCONTRO DOS PADRES
_________________________________________
14 - ENCONTRO DOS PADRES
_________________________________________
15 - VISITA PASTORAL EM SÃO DOMINGOS DO CAPIM
       CONGRESSO DIOCESANO DO APOSTOLADO DA ORAÇÃO
       ACAMPS
_________________________________________
16 -  VISITA PASTORAL EM SÃO DOMINGOS DO CAPIM
         ACAMPS
_________________________________________
17 - ESPIRITUALIDADE DO J1 NO CENÓBIO
_________________________________________
19 - Visita Pastoral São Domingos do Capim
_________________________________________
20 - Visita Pastoral São Domingos do Capim
_________________________________________
21 - CONSELHO PRESBITERAL
_________________________________________
22 - Visita Pastoral São Domingos do Capim
_________________________________________
23 - Visita Pastoral São Domingos do Capim
_________________________________________
24 - CELEBRAÇÃO DE ABERTURA DO ANO DA FÉ
_________________________________________
25 - CONTINUIDADE DA CELEBRAÇÃO DE ABERTURA DO ANO DA FÉ
_________________________________________
29 - VISITA PASTORAL À CIDADE DE INHANGAPÍ -PARÓQUIA SÃO VICENTE FERRER
_________________________________________
30 - ABERTURA DO CONGRESSO RCC à NOITE
     - PASTORAL LITÚRGICA
     - PASTORAL DO ENFERMO
     - ESPIRITUALIDADE J3

Carta Apostólica - Ano da Fé


Foi publicada a Carta Apostólica de Bento XVI referente ao "Ano da Fé", anunciado no domingo, 16 de outubro de 2011,  pelo Papa durante a Celebração Eucarísitca na Basílica Vaticana.
Dividida em quinze partes, a Carta apresenta as intenções pessoais do Sumo Pontífice, sem a interferência de nenhuma fonte interna ou externa.


OBS: Na Diocese de Castanhal, por conta do período festivo das homenagens à Nossa Senhora de Nazaré tanto em Belém, quanto em Castanhal, a abertura só será oficializada nos dias 24 e 25 de novembro, com solene preparação e celebração.
Abaixo, leia na íntegra.
***
Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio

Porta fidei
do Sumo Pontífice Bento XVI pela qual se proclama o Ano da Fé

1. A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar aquela porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início com o Baptismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem a avés da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.

2.    Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude» . Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado. Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.

3.    Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De facto, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação.

4.    À luz de tudo isto, decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá início a 11 de Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013. Na referida data de 11 de Outubro de 2012, completar-se-ão também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo meu Predecessor, o Beato Papa João Paulo II, com o objectivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese e foi realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para o mês de Outubro de 2012, tendo por tema A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Será uma ocasião propícia para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé. Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé. O meu venerado Predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um semelhante, em 1967, para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no décimo nono centenário do seu supremo testemunho. Idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, «uma autêntica e sincera profissão da mesma fé»; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira «individual e colectiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca». Pensava que a Igreja poderia assim retomar «exacta consciência da sua fé para a reavivar, purificar, confirmar, confessar». As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais evidente a necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus, para atestar como os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o património de todos os crentes, necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado.

5.    Sob alguns aspectos, o meu venerado Predecessor viu este Ano como uma «consequência e exigência pós-conciliar» , bem ciente das graves dificuldades daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira fé e da sua recta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa». Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja».

6.    A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de facto, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou. O próprio Concílio, na Constituição dogmática Lumen gentium, afirma: «Enquanto Cristo “santo, inocente, imaculado” (Heb 7, 26), não conheceu o pecado (cf. 2 Cor 5, 21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (cf. Heb 2, 17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz».

Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. Act 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: «Pelo Baptismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova» (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afectos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A «fé, que actua pelo amor» (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de acção, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17).

7.    «Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5, 14): é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de facto, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos. Os crentes – atesta Santo Agostinho – «fortificam-se acreditando». O Santo Bispo de Hipona tinha boas razões para falar assim. Como sabemos, a sua vida foi uma busca contínua da beleza da fé enquanto o seu coração não encontrou descanso em Deus. Os seus numerosos escritos, onde se explica a importância de crer e a verdade da fé, permaneceram até aos nossos dias como um património de riqueza incomparável e consentem ainda a tantas pessoas à procura de Deus de encontrarem o justo percurso para chegar à «porta da fé».
Por conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.

8.    Nesta feliz ocorrência, pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o mundo para que se unam ao Sucessor de Pedro, no tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom precioso da fé. Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo.

9.    Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é «a meta para a qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde emana toda a sua força». Simultaneamente esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e reflectir sobre o próprio acto com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.
Não foi sem razão que, nos primeiros séculos, os cristãos eram obrigados a aprender de memória o Credo. É que este servia-lhes de oração diária, para não esquecerem o compromisso assumido com o Baptismo. Recorda-o, com palavras densas de significado, Santo Agostinho quando afirma numa homilia sobre a redditio symboli (a entrega do Credo): «O símbolo do santo mistério, que recebestes todos juntos e que hoje proferistes um a um, reúne as palavras sobre as quais está edificada com solidez a fé da Igreja, nossa Mãe, apoiada no alicerce seguro que é Cristo Senhor. E vós recebeste-lo e proferiste-lo, mas deveis tê-lo sempre presente na mente e no coração, deveis repeti-lo nos vossos leitos, pensar nele nas praças e não o esquecer durante as refeições; e, mesmo quando o corpo dorme, o vosso coração continue de vigília por ele».

10.    Queria agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o acto pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus. De facto, existe uma unidade profunda entre o acto com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso assentimento. O apóstolo Paulo permite entrar dentro desta realidade quando escreve: «Acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé» (Rm 10, 10). O coração indica que o primeiro acto, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e acção da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela mesma.
A este respeito é muito eloquente o exemplo de Lídia. Narra São Lucas que o apóstolo Paulo, encontrando-se em Filipos, num sábado foi anunciar o Evangelho a algumas mulheres; entre elas, estava Lídia. «O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia» (Act 16, 14). O sentido contido na expressão é importante. São Lucas ensina que o conhecimento dos conteúdos que se deve acreditar não é suficiente, se depois o coração – autêntico sacrário da pessoa – não for aberto pela graça, que consente de ter olhos para ver em profundidade e compreender que o que foi anunciado é a Palavra de Deus.
Por sua vez, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este «estar com Ele» introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente porque é um acto da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar sem temor a própria fé a toda a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara para a missão e fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso.
A própria profissão da fé é um acto simultaneamente pessoal e comunitário. De facto, o primeiro sujeito da fé é a Igreja. É na fé da comunidade cristã que cada um recebe o Baptismo, sinal eficaz da entrada no povo dos crentes para obter a salvação. Como atesta o Catecismo da Igreja Católica, «“Eu creio”: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por cada crente, principalmente por ocasião do Baptismo. “Nós cremos”: é a fé da Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós cremos”».
Como se pode notar, o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja. O conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério salvífico revelado por Deus. Por isso, o assentimento prestado implica que, quando se acredita, se aceita livremente todo o mistério da fé, porque o garante da sua verdade é o próprio Deus, que Se revela e permite conhecer o seu mistério de amor.
Por outro lado, não podemos esquecer que, no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo. Esta busca é um verdadeiro «preâmbulo» da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus. De facto, a própria razão do homem traz inscrita em si mesma a exigência «daquilo que vale e permanece sempre». Esta exigência constitui um convite permanente, inscrito indelevelmente no coração humano, para se pôr a caminho ao encontro d’Aquele que não teríamos procurado se Ele não tivesse já vindo ao nosso encontro. É precisamente a este encontro que nos convida e abre plenamente a fé.

11. 
   Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II. Na Constituição Apostólica Fidei depositum – não sem razão assinada na passagem do trigésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – o Beato João Paulo II escrevia: «Este catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (...). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial».
É precisamente nesta linha que o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.
Na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na verdade, a seguir à profissão de fé, vem a explicação da vida sacramental, na qual Cristo está presente e operante, continuando a construir a sua Igreja. Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado, se for colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração.

12.    Assim, no Ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural. Com tal finalidade, convidei a Congregação para a Doutrina da Fé a redigir, de comum acordo com os competentes Organismos da Santa Sé, uma Nota, através da qual se ofereçam à Igreja e aos crentes algumas indicações para viver, nos moldes mais eficazes e apropriados, este Ano da Fé ao serviço do crer e do evangelizar.
De facto, em nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm duma diversa mentalidade que, particularmente hoje, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas, a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas tendem, embora por caminhos diferentes, para a verdade.

13.    Será decisivo repassar, durante este Ano, a história da nossa fé, que faz ver o mistério insondável da santidade entrelaçada com o pecado. Enquanto a primeira põe em evidência a grande contribuição que homens e mulheres prestaram para o crescimento e o progresso da comunidade com o testemunho da sua vida, o segundo deve provocar em todos uma sincera e contínua obra de conversão para experimentar a misericórdia do Pai, que vem ao encontro de todos.
Ao longo deste tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Heb 12, 2): n’Ele encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar connosco a fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação.
Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à luz o seu Filho unigénito, mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu Esposo, levou Jesus para o Egipto a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. Act 1, 14; 2, 1-4).
Pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35). Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc 16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis testemunhas.
Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que possuíam para acudir às necessidades dos irmãos (cf. Act 2, 42-47).
Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara, tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.
Pela fé, homens e mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em simplicidade evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos de quem aguarda o Senhor, que não tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se fizeram promotores de uma acção em prol da justiça, para tornar palpável a palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos (cf. Lc 4, 18-19).
Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da vida (cf. Ap 7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e ministérios a que foram chamados.
Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história.

14.    O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade» (1 Cor 13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé”» (Tg 2, 14-18).
A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra de realizar o seu caminho. De facto, não poucos cristãos dedicam amorosamente a sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo. Em virtude da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado. «Sempre que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40): estas palavras de Jesus são uma advertência que não se deve esquecer e um convite perene a devolvermos aquele amor com que Ele cuida de nós. É a fé que permite reconhecer Cristo, e é o seu próprio amor que impele a socorrê-Lo sempre que Se faz próximo nosso no caminho da vida. Sustentados pela fé, olhamos com esperança o nosso serviço no mundo, aguardando «novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça» (2 Ped 3, 13; cf. Ap 21, 1).

15.    Já no termo da sua vida, o apóstolo Paulo pede ao discípulo Timóteo que «procure a fé» (cf. 2 Tm 2, 22) com a mesma constância de quando era novo (cf. 2 Tm 3, 15). Sintamos este convite dirigido a cada um de nós, para que ninguém se torne indolente na fé. Esta é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo. Aquilo de que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho credível de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim.
Que «a Palavra do Senhor avance e seja glorificada» (2 Ts 3, 1)! Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro. As seguintes palavras do apóstolo Pedro lançam um último jorro de luz sobre a fé: «É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações; deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo. Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, credes n’Ele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas» (1 Ped 1, 6-9). A vida dos cristãos conhece a experiência da alegria e a do sofrimento. Quantos Santos viveram na solidão! Quantos crentes, mesmo em nossos dias, provados pelo silêncio de Deus, cuja voz consoladora queriam ouvir! As provas da vida, ao mesmo tempo que permitem compreender o mistério da Cruz e participar nos sofrimentos de Cristo (cf. Cl 1, 24) , são prelúdio da alegria e da esperança a que a fé conduz: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12, 10). Com firme certeza, acreditamos que o Senhor Jesus derrotou o mal e a morte. Com esta confiança segura, confiamo-nos a Ele: Ele, presente no meio de nós, vence o poder do maligno (cf. Lc 11, 20); e a Igreja, comunidade visível da sua misericórdia, permanece n’Ele como sinal da reconciliação definitiva com o Pai.
À Mãe de Deus, proclamada «feliz porque acreditou» (cf. Lc 1, 45), confiamos este tempo de graça.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Outubro do ano 2011, sétimo de Pontificado.

domingo, 4 de novembro de 2012

Mensagem de Dom Carlos para o dia de finados


Somos nós que castigamos e condenamos a nós mesmos. No dia final somente, nós teremos clareza de como vivemos a vida, de como nos comportamos enquanto estávamos no mundo. Lá somente é declarado aquilo que fizemos na vida: se nós tivemos um coração atento, acolhedor, solidário, pronto para sentir compaixão com aqueles que sofrem que passam necessidade. Se tivermos aqui essas atitudes, lá seremos acolhidos, seremos abençoados, benditos. Se aqui levarmos a vida pensando em nós mesmos, rejeitando o irmão, recusando de ajudar o outro, de ter misericórdia e compaixão do outro, lá receberemos, da mesma forma, rejeição. Como nos comportamos aqui, seremos acolhidos lá no tempo final. Por isso, não é Jesus que castiga, não é Ele que condena. Somos nós, que a cada dia que passa, decidimos o nosso destino final, da nossa feliz ressurreição ou da nossa eterna condenação.
Deus está sempre nos dando mais uma chance, oportunidades, está nos dando mais um tempo. Todo dia, ao levantar, nós deveríamos agradece a Deus por que nos deu mais um dia! Um dia que poderia ser decisivo para mudar a nossa vida, para abrir o nosso coração, para viver os mandamentos do Senhor, para nós nos comportarmos como Ele se comportou. Ele se fez pequeno, pobre, o último, estrangeiro, doente, preso... É a Ele que nós acolhemos, quando acolhemos alguém que está sofrendo, que está passando necessidade, alguém que é excluído. Se nós soubermos nesta vida, neste peregrinar, perceber Jesus que passa no meio de nós, reconhecê-lo no rosto das pessoas que sofrem e ao reconhecê-lo soubermos acolhê-lo, nós já estamos com o céu de portas abertas para nos acolher. Mas se nós aqui não soubermos encontrar Jesus, não soubermos reconhecê-lo, nós chegaremos no dia final sem ter a capacidade de perceber a desgraça que se prepara diante de nós.
Hoje, lembramos e rezamos pelos nossos irmãos que já se passara desta para outra vida. A morte é uma passagem! A morte não é o fim de tudo... Nós cremos que há outra vida, uma vida plena, uma vida feliz depois desta vida. Não conseguimos imaginar como todo o nosso desejo de felicidade, de eternidade, de amor possa se apagar no dia de nossa morte. Nós cremos que o amor é mais forte do que a morte. Criados à imagem de Deus, nós ansiamos poder um dia vê-lo e encontrá-lo e assim, nEle encontrar todos os irmãos, aqueles que conhecemos durante a nossa existência, mas também todos os outros irmãos que fazem parte da humanidade, desde Adão até o último homem.
O nosso desejo é uma vida sem fim, porque nós, criados a imagem de Deus, temos dentro de nós esse anseio de eternidade. E Jesus, ele nos garantiu que há uma outra vida, uma vida plena, uma vida feliz, ele prometeu um lugar para todos nós. Ele foi ao Pai para preparar um lugar para nós. O nosso destino não é aqui, no tumulo, no cemitério, o nosso destino, a nossa casa é o céu. Esta festa que Deus prepara para nós, este banquete de ricos manjares, Deus enxugará todas as lagrimas! Deus Vencerá a morte, Ele já venceu a morte no seu Filho, Jesus, e em Cristo, Ele também vence todas as nossas mortes. Por isso que nós olhamos para frente com esperança e diante de nós não está o vazio, o nada, diante de nós está um Pai que nos acolhe, diante de nós esta Jesus, que nos ama infinitamente, que deu a vida por nós e que intercede junto do Pai por nós.  Por isso, mesmo se o momento da separação e da morte é sempre um momento sofrido, difícil... Foi difícil para o próprio Jesus e é o momento mais difícil da nossa vida. Quantos momento difíceis que já passamos, mas o momento mais difícil, mas também o momento mais importante, mais decisivo, será o momento da nossa partida. Quem tem fé vai ao encontro da morte com esperança, acredita que naquele instante está se abrindo pra ele, vislumbrando para ele, o que ele sempre desejou: o encontro com Deus, o encontro com todos os irmãos.
Entre nós e os irmãos que já se passaram há uma comunhão profunda, que nós chamamos a Comunhão dos Santos, uma comunhão que não é feita de algo sensível, que se possa tocar, mas é uma comunhão espiritual, que se dá em Cristo Jesus. São Paulo diz que nós somos o Corpo de Cristo, que Cristo é a cabeça do Corpo. Nós somos os membros deste corpo. Alguns dos nossos irmãos já estão unidos a Cristo de forma plena, são os Santos, aqueles que levaram uma vida de acordo com o Evangelho. Nós estamos também em comunhão com Cristo, mas a nossa comunhão será plena no dia do encontro definitivo. Mas entre ele e nós, entre eles que já encontraram o Senhor e nós que ansiamos encontrá-lo, há esta comunhão bonita. Eles rezam por nós e nós rezamos por eles. E assim sentimos uma força extraordinária, que nos acompanha, que nos protege. Quantos irmãos ainda estão ansiando o encontro com o Senhor Jesus, estão passando por aquela purificação necessária, que a Igreja chama de Purgatório, o tempo de espera, de purificação, por isso que é importante nós rezarmos por estes irmãos. Afinal todos nós fazemos a experiência do pecado e há algo em nós que deve ser purificado, e só se dá através da oração, implorando de Deus o perdão pelos pecados destes irmãos, para que quanto antes possam se unir plenamente a Ele. Um dia todos estaremos unidos ao Senhor, todos aqueles que são chamados de Filhos de Deus, herdarão o que é próprio dos filhos: a vida eterna. A vida eterna que Jesus, o Unigênito, Filho de Deus prometeu para nós.
Temos um grande desafio, nesta sociedade que às vezes parece cultuar a morte, numa sociedade onde a morte está diariamente de forma macabra, onde todo dia, abrindo os jornais, vendo as consequências de tanta violência, de tanto desrespeito a vida, onde assistimos a tanta violência provocada pelas guerras, pelos ódios raciais, nós percebemos que nós, discípulos de Jesus, nós cristãos, devemos ser os defensores da vida, aqueles que anunciam a importância da vida, desde a sua concepção até o último dia. Ninguém é dono da vida do homem, nem a mãe é dona da nova criatura que está sendo concebida no seu ventre. Ninguém também é dono da vida do outro, mesmo se ele estiver doente e não tiver capacidade de entender. Infelizmente parece que há pessoas que pensam que podem fazer o que quiser da vida dos outros. Quando os outros começam a ficar doentes, quando os outros são um problema, tem que eliminá-los, em lugar de acolher quem é indefeso, em lugar de proteger e de cuidar daquele idoso, doente, em fase terminal.  O homem que rejeita a vida está se excluindo da vida! Nós anunciamos o Evangelho da Vida, a boa notícia que é a vida, mesmo se fragilizada, ela é sempre uma presença de Deus, por isso defender, amar a vida é o nosso trabalho, o nosso testemunho. E é necessário consolar aqueles que sofrem, aqueles que andam desesperançados, aqueles que perderam o gosto de viver... Quantas pessoas vivem angustias, sofrimentos, precisam encontrar irmãos e irmãs que, cheios de esperança, cheios do amor de Deus , animem estes irmãos  a continuar a caminhada até o fim, até o encontro com o Senhor. É claro que quem vive sem fé, não encontra o sentido da vida. Quem vive sem fé, fica na escuridão, acha que tudo termina com a morte. Quem vive sem fé, acaba entrando num túnel sem saída. Daí, pedir o dom da fé, para nós, para todos, ajudar os irmãos que estão na escuridão a encontrar luz, que é Cristo, e a encontrarem em Cristo o sentido pleno da vida, desta vida e da vida sem fim, da vida eterna.
Agora aqui, nós nos unimos a todos os irmãos que estão no céu, oferecemos com Jesus a nossa vida ao Pai, nos comprometemos a defender a vida, a ser testemunha da vida plena, a ajudar aos irmãos que estão pobres na fé a renovar a sua fé. E aqui, nós juntos com Igreja renovamos a fé dos apóstolos, a fé em Jesus que morreu e ressuscitou por nós, a fé na nossa futura ressurreição, a fé na comunhão dos Santos, a fé na vida eterna. Vamos, pois, com entusiasmo, renovar a nossa fé que nos sustenta na nossa caminhada.

Dom Carlos Verzeletti
Missa de finados, Cemitério São José
Castanhal - 19 horas, 02 de novembro de 2012

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

diocesedecastanhal

Dioceseprogramações: Outubro: 1 - Segunda-feira    - Clero Jovem    - Semana Nacional da Vida    - Festividade da paróquia Santa Terezinha Jaderlândia em Castanhal. _...

Outubro

1 - Segunda-feira
   - Clero Jovem
   - Semana Nacional da Vida
   - Festividade da paróquia Santa Terezinha Jaderlândia em Castanhal.
________________________________
2 - Terça-feira
   - Continuação da Semana Nacional da Vida
________________________________
3 - Quarta-feira
   - Dia da Palavra
   - Continuação da Semana Nacional da Vida
________________________________
4 - Quinta-feira
   - Festividade de São Francisco na paróquia de São Francisco do Pará e em Capanema.
   - Continuação da Semana da Vida
________________________________
5 - Sexta Feira
   - Abertura da Visita Pastoral em Terra Alta
   - Continuação da Semana da Vida
________________________________
6 - Sábado
   - Visita Pastoral em Terra Alta
   - Encontro Vocacional Despertar
   - Continuação da Semana Nacional da Vida
________________________________
7 - Domingo
   - Encerramento da Visita Pastoral em Terra Alta
   - Encerramento da Semana Nacional da Vida e preparação para o dia do Nascituro
________________________________
8 - Segunda-feira
   - Dia do Nascituro
________________________________
9 - Terça-feira
   - Conselho Diocesano de Administração
________________________________
10 - Quarta-feira
   - Dia da Palavra
   - Conselho Presbiteral
________________________________
11 - Quinta-feira
   - Abertura do Ano da Fé (na diocese de Castanhal a abertura oficial só se dará nos dias 24 e 25 de novembro por conta das festas do círio e romaria de Castanhal)
________________________________
12 - Sexta-feira
   - Festa de Nossa Senhora Aparecida
   - Retiro com Coordenadores da Romaria 2012
________________________________
14 - Domingo 
   - Círio de belém
________________________________
17 - Quarta-feira
     - Dia da Palavra
________________________________
18 - Quinta-feira
      - Retiro dos Padres no Cenóbio da Transfiguração
________________________________
20 - Sábado
     - Encontro da Pastoral da Criança com gestantes
________________________________
21 - Domingo
     - XIV Romaria de Nossa Senhora de Nazaré em Castanhal.
     - Dia Mundial das Missões
     - Círio de Quatipurú
________________________________
22 - Segunda-feira
     - Semana Nazarena na Catedral em Castanhal
________________________________
23 - Terça-feira
     - Semana Nazarena na Catedral em Castanhal
________________________________
24 - Quarta-feira
     - Semana Nazarena na Catedral em Castanhal
________________________________
25 - Quinta-feira
     - Semana Nazarena na Catedral em Castanhal
________________________________
26 - Sexta-feira
     - Semana Nazarena na Catedral em Castanhal
________________________________
27 - Sábado
     - Semana Nazarena na Catedral em Castanhal
     - Encontro da Pastoral da Criança com Gestantes
     - Escola Diaconal no Cenóbio
________________________________
28 - Domingo
     - Encerramento da Semana Nazarena.
     - Círio de Pirabas
     - Encerramento da Escola diaconal no Cenóbio.


*O Ano da Fé se inicia no dia 11 de outubro, por ocasião do 50º Aniversário do Concílio Vaticano II, e terminará dia 24 de novembro de 2013, com a solenidade de Cristo Rei.